no início do ano passado eu assisti ao filme e escrevi este artigo:
http://kikalealbutterfly.blogspot.com.br/2015/02/50-tons-de-cinza-um-conto-de-fadas.html.
Agora eu retorno, depois que li os livros, para falar o que achei deles:
Rogo o direito de gostar destas capas.
Já
pensou que, se a pessoa com que você se relaciona hoje tivesse sido
completamente sincera sobre si mesma desde o início você possivelmente não
estaria com ela?
Isso
foi o que me fascinou quando percorri as páginas de 50 tons de cinza: deixando
de lado o quão perturbador seja a relação entre Anastácia e Cristhian, trata-se
de um jogo limpo! E isso, me desculpem os conservadores, é invejável!
Existe
muita polêmica em relação á sujeição de Ana e o fato dela ser virgem; eu, porém
não vi conflito algum: uma vez que ela não possui experiência ou, como ela mesma
diz, com que comparar, a curiosidade é ainda maior; portanto você só pode dizer
se gosta ou não de algo após ter provado.
Considero
romantismo algo bastante relativo – o que é para uns pode não ser para outros.
Embora se um cara na hora “H” me dissesse
“ -
Agora eu vou te fuder...” eu certamente broxaria, considero Cristhian romântico
a seu modo; no entanto, vez ou outra ele comete uma grosseria (eis parte dos 50
tons) mas isso não parece incomodar a Anastácia. Ele é atencioso, em demasia
até, e a elogia o tempo todo –que mulher não gosta disso?!
Por
fim o envolvimento entre os dois é tão forte que mesmo os termos impostos sendo
questionáveis, Ana prefere cogitar a ficar sem ele.
O
primeiro livro vai nos apresentar aos personagens e a este conflito envolvendo
mundos tão diferentes, tudo sob o ponto de vista de Ana que é uma jovem recém
formada em Literatura Inglesa, portanto romântica em sua essência, e sua
descoberta do amor e do sexo com este personagem excêntrico com tendências
megalomaníacas e dominadoras.
No
entanto, como nada na vida é preto ou branco – existem infinitas nuances entre
essas duas cores –há muito mais coisa além da superfície e somente com o tempo
compreenderemos, e talvez nunca completamente, quem é Cristhian Grey e seus
motivos para ser como é. Existe um esforço muito grande da parte de Ana em
tentar compreender o “mundo” em que seu amado vive, porém nesse primeiro
momento o choque entre as duas realidades é tão grande que Ana prefere
afastar-se.
No
segundo livro Cristian força uma reaproximação e Anastácia sede. Ficamos
sabendo que o interesse de Cristhian por Ana vai muito além de somente uma
“foda” violenta e do quando ele está disposto a abrir mão para tê-la de volta –
não que isso vá ser fácil para ele. O que me incomodou um pouco é o fato dele
ter recuado e ela então começar a provocar, nos mostrando que talvez ela goste
mais da coisa do que aparentou-nos no início e só não era ‘safada’ por falta de
oportunidade. E assim eles caminham para o que seria o mais próximo que
conseguem de um equilíbrio. Confesso que eu gostava mais deles quando era um
casal problemático.
Como tudo vai bem entre o casal o livro
vai trazer uns problemas externos para serem resolvidos mas “tudo está bem
quando acaba bem*” ainda mais com um casamento.
Li os dois primeiros livros em um mês: fiquei
sem internet no trabalho e como dependo da rede pra acessar o sistema, tive
muito tempo para me dedicar à leitura. Meu marido conseguiu a trilogia em PDF
com uma colega de trabalho e levou os arquivos pra casa achando que eu poderia
me interessar. Não gostava de ler no
computador, mas como a oportunidade surgiu e os “livros” estavam salvos no meu
HD externo decidi começar a leitura e mergulhei de cabeça, me afeiçoando tanto
aos personagens que os tratava como amigos; acabei por me acostumar e descobri
que leio mais rápido no computador e não sinto sono.
Quando esse livro estava no auge, ouvi
dizer que a escrita era ‘infantil’ e eu não discordo, pois guardadas as devidas
proporções se parece muito com o que eu escrevia quando tinha uns 14 anos: a
forma prolixa em alongar os períodos e o excesso de adjetivos e descrições, por
exemplo; por falar nisso, o que é a Ana descrevendo a todo o instante o que
Cristian está vestido e o quanto ele está “quente”? Pra ela, se ele soltasse um
‘pum’ ainda assim pareceria sedutor.
Bem, o último livro foi o mais
cansativo e arrastado pra mim. Eu lia, lia, lia e não saía do lugar. Passava um
tempão lendo e quando achava que já tinha lido, sei lá, umas 50 páginas, na
verdade tinha lido 10; mas eu não estava achando ruim - não sei por que a
leitura empacou tanto - talvez pelas 650 e poucas páginas...
Daí
nas 100 páginas finais o ritmo mudou:
Percebi
que durante toda a narrativa os conflitos eram resolvidos um de cada vez (o
problema surgia, se desenrolava, se resolvia), mas no final não, tinha uns três
conflitos acontecendo simultaneamente e eu queria continuar lendo pra saber...
Agora eles estão casados e parece que
tudo vai bem. Alguns conflitos surgem mas eles tiram de letra porque afinal de
contas eles se dão muito bem na cama e isso parece resolver todos os problemas
até que ocorre um imprevisto que tira tudo dos trilhos.
Gostei de como a história
terminou, mas eu dispensava o epílogo, pois é dedutível.
Antes de seguir no epílogo,dei uma
pausa na leitura porque, pra mim, a "história" já tinha acabado ali...
mas tinha aquele plus... tipo o último
filme do Harry Potter, sabe? Cheguei a comentar com meu marido que sabia como
seria o epílogo: “Chisthian e Ana fazendo comercial de margarina na casa nova”
e, bem, eu acertei!
Eu estava louca pra acabar
o livro, mas quando terminei fiquei com aquela sensação...me senti meio órfã,
mas isso foi até eu começar a assistir “Gossip Girl” pelo Netflix e me apaixonar
pelo casal Serena e Dan (mas isso é assunto pra outro artigo – mas como me
apeguei aos personagens acho que vou comprar o e-book de “Grey” para entrar na
cabeça dele e conhece-lo ainda melhor. Eu me identifiquei muito como Cristhian.
Tirando aquela parte de sadomasoquismo, temos personalidade bem parecidas: no
fundo somos inseguros e muito, muito caretas.
Fiquem
com Deus e até mais...
P.S.:
eu certamente deixei de comentar alguma coisa.
*parafraseando Shakespeare.
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